O Lamento da Fênix




É de noite e não consigo dormir
meu coração palpita forte no peito
pois sei o que ei de aqui sentir
e sei que não haverá lar perfeito.

Chove lá fora e meu pulmão não obedece
puxo o ar para dentro com força, mas ele não vem
às vezes o meu corpo simplesmente, na noite, esquece
de que preciso respirar para viver, para ser alguém.

Abro a porta da minha gaiola e olho lá fora
espero ansiosamente o ar novamente entrar
e o meu peito novamente respirar, embora
não haja garantias de que ele irá para sempre funcionar.

Nessa hora eu penso no que devia ter feito
no ninho roubado nunca antes realizado
no par romântico que deveria ter aceito
daquele momento que deveria ter me apaixonado.

Penso também que preciso de um novo trabalho
preciso cortar toda a cebola e picar definitivamente o alho
que assola a cada dia o meu reles e pobre viver
penso que deveria dar forma ao sentido de esquecer.

Tudo porque eu não consigo respirar nesta gaiola
tudo porque eu não consigo começar nesta gaiola
a ter um momento de entrega para seja lá quem for
contanto que me desse a chance de novamente respirar.

Eu preciso de ar! Foi Deus quem me deu!
Será que porventura ele apenas esqueceu?
Será que porventura ressurgirei das cinzas? (de novo)
Como eu gostaria de não ser uma fênix!

Thiago Guimarães de Pina

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