Vela

Sinto o vento deixar-me trêmula
Sinto o ar me dar vida
Pois ilumino os cantos mais escuros
Pois minha vida é breve.

O meu corpo é pequeno e frágil
O tempo não alia-se a mim
Pois o tempo rouba-me minha essência
Castigada eu sou por ficar presa a um corpo
Sem pernas ou braços
Fincada eu estou neste lugar.

Ilumino gentilmente quem assim quer
Aquele quarto, sala ou cozinha
Pois sou luz haja o que houver
Mas sou pequena e assim sozinha.

Sou usada e assim descartada quando me acabo.
Sou assim tão pouco desejada, pois sou só isso.
Necessária ao escuro, mas mal lembrada na vida.
Ali, num canto. Ali num armário. Fico quieta.

Comentários

Postagens mais visitadas