Parado na sua Porta


Vou bancar o ridículo e dizer:
Eu estou morrendo de medo!
Pois não quero viver e morrer
na margem, na porta, tão cedo...

Meu Deus! E se eu ouvir um não?
Será que esperar na porta valerá tanto?
Será ela? A dona do meu coração?
A ladra da minha razão? Esperei tanto...

Debaixo de tanta confiança bate um medo!
Tão forte que faço dele um denso segredo!
Naquele olhar de amor que me domina
Me desvenda, me descobre e me fascina...

Vem até mim e me despe de toda muralha,
toda pedra do calvário que fiz questão de erigir.
Vem e me faz prisioneiro de guerra em batalha
Porém, me liberta da vida que tratei de instituir...

Ainda banco o ridículo em entregar
tesouros tão simples ao puro olhar
versos de um poeta que luta com ardor
versos de um poeta a te pedir só amor...

Com o coração na mão e batendo
tudo o que interessa é a sua voz!
Teu rio correndo... toda tua foz...
Em resposta da vida crescendo...

Tem um poeta parado na sua porta...

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