Enquanto a Chuva Cai II
Enquanto a chuva cai
penso eu nesse sentimento que não sai
dessa insaciabilidade de dizer meia-verdade
por esconder do mundo num ato de cumplicidade
em ser apenas mais um sonhador...
Ahhh falar de amor é tão bom!
pensar em apenas respirá-lo é ainda melhor
viver sem ele em algum momento é ainda pior
mas nada se compara quando o coração ama
Se faz mais forte e latentemente insaciável
se faz ainda mais que carente e amigável
se coloca ao bel prazer de preencher a cama
e o corpo por si só faz todo o resto do trabalho...
E lá fora a chuva cai
assim como as gotas que tocam a janela
eis que nossos corpos acenderam uma vela
pois entramos juntos nessa grande caravela
nessa intensa sensação de prazer infinito.
Nesse mar aberto de um coração e um espírito
onde os ventos do sul nos tocam à nossa loucura
nos quais nos rendemos a falta de qualquer razão
pois a nossa bússola quebrou diante da mais pura...
Insanidade que um corpo pode apenas orquestrar
num toque, num gesto, num beijo escondido
insaciado e necessitado sempre entre quatro paredes
preenchendo a nossa fauna e todos os nossos verdes.
Thiago Guimarães de Pina
Comentários
Maravilhoso poema.
Adorei ler-te.
Parabéns
AMARILIS PAZINI AIRES