Uma Madrugada Perdida


Olhem, o poeta perdeu o sono! É sério!
Ficou até as seis e vinte e oito horas da manhã
olhou as estrelas, a coloração do céu... Ahh afã!
tentou num desespero descobrir delas o mistério!

O que faz tantas estrelas brilharem no escuro?
O que faz do silêncio uma ambrosia perfeita?
O que é ter um coração, que é órgão, puro?
Como é caminhar por uma rua deserta e estreita?

Seria óbvio demais dizer que é a luz
que dá o brilho das estrelas.
Tomem no calvário de vossa pesada cruz
este linear que questiona vossas centelhas...

Sim! A luz! É puramente consequência!
Digo isso por reles e banal experiência
de que tudo que é divino brilha forte
talvez algum louco tenha a plebe sorte
de entender estas palavras...

E naquele escuro perfeito há a ambrosia
um lapso absolutamente pontual de sabedoria
porque acreditem, pensamos melhor assim.
E o ato pleno do amor se faz neste perfeito manjar
onde dois corpos podem o mesmo espaço, ocupar.

E já falaram para vocês que o coração é um órgão?
Sinceramente eu não acredito!
Porque ele bate forte ao ver o amor
bate devagar quando relaxamos a alma
e enfim alterna no rápido e devagar
mas mesmo tendo essa condição
sempre atribuímos a ele a arte de amar.

Alguém aqui já caminhou numa rua deserta e estreita?
Eu já! Fui louco o bastante de na madrugada caminhar
até porque parei para pensar: o brilho, a ambrosia
o coração puro de amor e esta busca por sabedoria
para ver o que ninguém para pra na rua deserta enxergar
que todo caminho estreito levará a tua ascensão
portanto vá!

Agora o porquê disso tudo?
Chamem-me de louco, mas o porquê é a resposta!
Digamos que tudo não passa de uma página, uma aposta
para saber até onde o homem vai com a falta disso tudo!

Thiago Guimarães de Pina

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