Falar da Inspiração

Agora eu posso dizer
que vontade de desbravar o universo
se faz forte no ímpeto da minha alma

Agora que pude quebrar a gaiola da imaginação
agora que pude restaurar a eminência de toda a ilusão
de que posso tocar o céu e todo o seu conjunto de estrelas
de posso elevar a voz para todas a abelhas

Da colméia a qual chamo calorosamente de vida
da eloquencia ao qual me despesso como que está de partida
sim porque a vida de tão curta pede para que vá vivê-la
pede para que eu tire da fonte a liberdade de, enfim, no coração tê-la

Agora posso colocar uma mochila nas costas
e seguir estrada a dentro
sem me preocupar se vou ter um lugar para ficar
sem me preocupar a que fim esta estrada irá me levar

Agora posso acordar de manhã sem me preocupar
que a inspiração se foi e não mais voltará
pois agora ela está viva, VIVA

Ela partiu para a cara da morte
encarou-a de cima a baixo e riu
intensamente a puramente debochar da existência dela
por que ela sabia que um dia iria voltar
para a mente deste poeta que está a versar

Agora sim posso deixar de encolher
agora sim posso desejar todo dia
em fazer mais e melhor
e nunca aceitar o pior

Agora sim posso aceitar a vida
não só como ela é mais como ela será
posso subjulgar os males de um fora amoroso
e passar a ser ainda mais um reles caloroso
eloquente de desejo e respeito

Por aqueles que pede a Deus por um amor verdadeiro
para aqueles que dele nada viveriam ou nada seriam
naqueles que tal amor tudo seria e uma alma ali faria
mais que completa e perfeita, mais que feliz e aceita

Agora sim posso então descansar
ter uma sombra ao qual posso nela morar
um céu azul para olhar
e estrelas que, de infinitas, posso contar.


Thiago Guimarães de Pina