A Chama da Vela




Ontem eu olhei para uma simples vela.
Admirei aquele brilho tão quente
ao qual sempre me pus a carregar
e por carregar senti o coração carente...

Palpitar forte como quem veio a mim para clamar...
Cadê aquele amor que não há de nunca mais voltar?
Sinto falta de olhar-te nos olhos pobre vela minha
que brilha intensa e calorosamente naquele quarto sozinha...

Sinto falta da tua chama aquecendo
a minha pele, meu contato
ajudando-me relesmente e esquecendo
de que não tenho o sentido do tato...

Oh vela minha! Teu brilho és tão forte!
Será um exaspero ou um majore de sorte?
Dizer tais palavras sem ao menos ser teu?
Aspirar ser mais do que um mortal ou um plebeu?

Oh vela minha! Tua chama me acalenta!
Olharei para ti mesmo a esta distância
pois só a força do teu puro calor me esquenta
e acolhe este ser de plena e ríspida ignorância!

Tu suportaste o frio vindo do mar
não se aquietaste com o forte vento
procuras ainda saber o que é amar
mesmo que demores por todo o tempo...

Mal tu sabes o quão humana tu és!
Mal perpassa pelo teu brilho que tens pés
para caminhar sem ser carregada
e por fim crescer, pela vida, apaixonada!

Se tu soubesse do quanto meu coração
precisa tanto de tua presença
mesmo sem beleza, minha, haveria razão
para ter em ti a crença...

De ter uma vida de brilho só para mim
de caminhar para o meu leito enfim...
Porém, no final... A chama da vela continua queimando
após suportar o vento e o mar ela está lá... Sonhando...

Thiago Guimarães de Pina

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